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O ponto central do governo colonial era a questão de como extrair riqueza das colônias para o benefício das potências europeias ocupantes. Para esse fim, na virada do século, a administração colonial britânica começou a construir uma linha ferroviária que ligaria várias partes de suas três colônias que se tornariam a Nigéria. As mulheres foram amplamente excluídas da força de trabalho assalariada.
A introdução de relações capitalistas na forma de trabalho assalariado era uma novidade na economia e teve fundamentais repercussões, particularmente na definição de trabalho.
Além do acesso ao dinheiro, o que o trabalho assalariado significava para os homens, havia efeitos mais sutis, mas igualmente profundos. Como os homens recebiam um salário, seu trabalho adquiria valor de troca, enquanto o trabalho das mulheres retinha apenas seu valor de uso, desvalorizando o trabalho que se associava às mulheres.
O trabalho das mulheres tornou-se invisível. Na realidade, os salários de fome pagos aos homens pelo governo colonial eram insuficientes para manter a família, e o trabalho das mulheres continuava tão necessário quanto sempre para a sobrevivência da comunidade.
(Oyèrónkẹ Oyěwùmí. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero, 2021. Adaptado.)
Um efeito da colonização europeia da África durante os séculos XIX e XX, caracterizado pelo excerto, foi
a instauração da sociedade de classes e o surgimento de ações de resistência lideradas por sindicatos rurais.
o reforço das práticas escravistas regulares nos setores mais dinâmicos das economias coloniais.
a valorização do trabalho braçal voltado aos interesses públicos, em detrimento do trabalho intelectual e doméstico.
a dedicação ao trabalho como princípio de ascensão social, no lugar dos privilégios naturais dos setores aristocráticos.
a imposição de novas relações de trabalho, em complementaridade com a dinâmica do trabalho comunitário.
No contexto da colonização britânica da África, em especial da região onde atualmente se localiza a Nigéria, o trecho nos revela a introdução do trabalho assalariado (e extremamente exploratório e precarizado) na construção de uma ferrovia inglesa. Ao incorporar esse modelo de trabalho tipicamente capitalista, cria-se um contraponto relacionado ao trabalho comunitário típico das sociedades tradicionais africanas.
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