Questão 45 - Prova Geral e Medicina - PUC Campinas 2025

Gabarito

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  • Resolução pendente

  • ANL

    Questão anulada

  • S/A

    Sem alternativas

Questão 45

Objetiva
45

Considere a imagem e o texto abaixo.

(Shrek e o Lobo Mau em cena da animação Shrek, 2007)

[...]. O que é novo na fase da cultura de massas em comparação com a fase do liberalismo avançado é a exclusão do novo. A máquina gira sem sair do lugar. Ao mesmo tempo que já determina o consumo, ela descarta o que ainda não foi experimentado  porque é um risco. É com desconfiança que os cineastas consideram todo manuscrito que não se baseie, para tranquilidade sua, em um best-seller. Por isso é que se fala continuamente em idea, novelty e surprise, em algo que seria ao mesmo tempo familiar a todos sem ter jamais ocorrido. A seu serviço estão o ritmo e a dinâmica. Nada deve ficar como era, tudo deve estar em constante movimento. Pois só a vitória universal do ritmo da produção e reprodução mecânica é a garantia de que nada surgirá que não se adapte. O menor acréscimo ao inventário cultural comprovado é um risco excessivo.

(Adaptado de: ADORNO, T. “Indústria cultural”. In: Dialética do Esclarecimento. Trad. Jorge Matos Brito de Almeida. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p.111)

A cena apresentada acima, entre Shrek e o Lobo Mau, é evidência de um dos aspectos destacados e problematizados no texto por Theodor Adorno, escrito nos anos de 1960, acerca da produção cultural realizada nas sociedades industriais. Tal aspecto é a

Alternativas

  1. A

    possibilidade de se reproduzir temas de forma autêntica nas produções artísticas.

  2. B

    reiteração massiva de bens culturais em situações novas.

  3. C

    inadequação da arte ao consumo nas sociedades de massa.

  4. D

    transformação da arte cinematográfica em séries de sucesso.

  5. E

    dificuldade de compreensão gerada por colagens inusitadas.

Gabarito:
    B

A imagem reproduz uma cena do filme Shrek, produção do estúdio norte-americano DreamWorks, na qual aparecem Shrek, personagem principal, e o Lobo Mau, personagem da história infantil Chapeuzinho Vermelho. Em tal cena, a princípio, o Lobo Mau está “fora de seu lugar”, ou seja, não está na história original em que ele era coadjuvante. Relacionando com o texto de Adorno, é possível, já no começo da reflexão, destacar a ideia de “exclusão do novo” e de “a máquina gira sem sair do lugar”. Em outras palavras, Adorno propõe uma reflexão sobre a produção cultural que identifica a reprodução de diferentes elementos já em circulação, retirando-os de seu contexto original para que assumam um novo significado. Esse movimento fica exemplificado pelo filme Shrek, que retira o Lobo Mau de seu contexto original (história da Chapeuzinho Vermelho) e o utiliza em um novo.

Considerando essas informações, é errado dizer que um aspecto da produção cultural seja “reproduzir temas de forma autêntica” (alternativa A), uma vez que a reprodução, como feita no filme Shrek, não tem essa pretensão – é explícito a quem consome o filme que não se trata da obra autêntica. Também é incorreto afirmar que há “inadequação” da arte ao consumo (alternativa C), ou que a “arte cinematográfica” se converte em séries (alternativa D), já que a manutenção de padrões de consumo de diferentes produções artísticas, inclusive as cinematográficas, mostram o contrário. Por fim, a alternativa E afirma erroneamente a “dificuldade de compreensão” produzida pelas colagens – como a presença do Lobo Mau junto a Shrek. 

Por sua vez, a alternativa B, de forma correta, fala sobre o uso massivo (“reiteração massiva”) de bens culturais já existentes em situações novas.

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