Questão 8 - Conhecimentos Gerais - Santa Casa 2026

Gabarito

Questão 8

Objetiva
8

Para responder às questões de 08 a 10, leia a fábula “A rosa de seda” do escritor português Fernando Pessoa.

     Num fabulário ainda por encontrar será um dia lida esta fábula:

     A uma bordadora dum país longínquo foi encomendado pela sua rainha que bordasse, sobre seda ou cetim, entre folhas, uma rosa branca. A bordadora, como era muito jovem, foi procurar por toda a parte aquela rosa branca perfeitíssima, em cuja semelhança bordasse a sua. Mas sucedia que umas rosas eram menos belas do que lhe convinha, e que outras não eram brancas como deviam ser. Gastou dias sobre dias, chorosas horas, buscando a rosa que imitasse com seda, e, como nos países longínquos nunca deixa de haver pena de morte, ela sabia bem que, pelas leis dos contos como este, não podiam deixar de a matar se ela não bordasse a rosa branca.

     Por fim, não tendo melhor remédio, bordou de memória a rosa que lhe haviam exigido. Depois de a bordar foi compará-la com as rosas brancas que existem realmente nas roseiras. Sucedeu que todas as rosas se pareciam exatamente com a rosa que ela bordara, que cada uma delas era exatamente aquela.

     Ela levou o trabalho ao palácio e é de supor que casasse com o príncipe.

     No fabulário de onde vem, esta fábula não traz moralidade. Mesmo porque, na idade de ouro, as fábulas não tinham moralidade nenhuma.

(Fernando Pessoa. Contos completos, fábulas e crônicas decorativas, 2018.)

A onisciência do narrador da fábula mostra-se prejudicada no seguinte trecho:

Alternativas

  1. A

    “Sucedeu que todas as rosas se pareciam exatamente com a rosa que ela bordara” (3o parágrafo).

  2. B

    “Mesmo porque, na idade de ouro, as fábulas não tinham moralidade nenhuma” (5o parágrafo).

  3. C

    “Mas sucedia que umas rosas eram menos belas do que lhe convinha” (2o parágrafo).

  4. D

    “Depois de a bordar foi compará-la com as rosas brancas que existem realmente nas roseiras” (3o parágrafo).

  5. E

    “Ela levou o trabalho ao palácio e é de supor que casasse com o príncipe” (4o parágrafo).

Gabarito:
    E

A onisciência (ou seja, o saber absoluto do narrador) é parcialmente quebrada quando o narrador demonstra dúvida ou suposição, como ocorre em: “é de supor que casasse com o príncipe”. Aqui, ele não afirma com certeza o que aconteceu, o que indica uma limitação do conhecimento que tem. 

8

Downloads

  • Provas

Fique por dentro das novidades

Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!