Fique por dentro das novidades
Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!
Questão ativa
Já visualizadas
Não visualizadas
Resolução pendente
Questão anulada
Sem alternativas

Para responder às questões de 08 a 10, leia a fábula “A rosa de seda” do escritor português Fernando Pessoa.
Num fabulário ainda por encontrar será um dia lida esta fábula:
A uma bordadora dum país longínquo foi encomendado pela sua rainha que bordasse, sobre seda ou cetim, entre folhas, uma rosa branca. A bordadora, como era muito jovem, foi procurar por toda a parte aquela rosa branca perfeitíssima, em cuja semelhança bordasse a sua. Mas sucedia que umas rosas eram menos belas do que lhe convinha, e que outras não eram brancas como deviam ser. Gastou dias sobre dias, chorosas horas, buscando a rosa que imitasse com seda, e, como nos países longínquos nunca deixa de haver pena de morte, ela sabia bem que, pelas leis dos contos como este, não podiam deixar de a matar se ela não bordasse a rosa branca.
Por fim, não tendo melhor remédio, bordou de memória a rosa que lhe haviam exigido. Depois de a bordar foi compará-la com as rosas brancas que existem realmente nas roseiras. Sucedeu que todas as rosas se pareciam exatamente com a rosa que ela bordara, que cada uma delas era exatamente aquela.
Ela levou o trabalho ao palácio e é de supor que casasse com o príncipe.
No fabulário de onde vem, esta fábula não traz moralidade. Mesmo porque, na idade de ouro, as fábulas não tinham moralidade nenhuma.
(Fernando Pessoa. Contos completos, fábulas e crônicas decorativas, 2018.)
Assume um caráter metalinguístico o seguinte trecho da fábula:
“A bordadora, como era muito jovem, foi procurar por toda a parte aquela rosa branca perfeitíssima, em cuja semelhança bordasse a sua.” (2° parágrafo)
“Depois de a bordar foi compará-la com as rosas brancas que existem realmente nas roseiras.” (3° parágrafo)
“todas as rosas se pareciam exatamente com a rosa que ela bordara, que cada uma delas era exatamente aquela.” (3° parágrafo)
“ela sabia bem que, pelas leis dos contos como este, não podiam deixar de a matar se ela não bordasse a rosa branca.” (2° parágrafo)
“Mas sucedia que umas rosas eram menos belas do que lhe convinha, e que outras não eram brancas como deviam ser.” (2° parágrafo)
No trecho da alternativa D, a personagem (ou o narrador) faz uma referência explícita às “leis dos contos como este”. O texto contém um comentário sobre o próprio gênero literário ao qual pertence (conto), ou seja, a narrativa do conto fala sobre o próprio conto, o que define o seu caráter metalinguístico.
Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!