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O Brasil é um importante exportador de commodities agrícolas e minerais cuja produção nacional, nas últimas décadas, vem impulsionando a fronteira agrícola do país, onde se instala uma rede multimodal de transporte. Esse processo tem gerado corredores logísticos para o escoamento da produção aos portos do denominado Arco Norte, situados ao norte do paralelo 16º. S, como ilustrado pelo mapa a seguir.

a) A partir da observação dos corredores logísticos indicados no mapa, aponte duas características que definem a multimodalidade de transporte. Indique as commodities que são transportadas prioritariamente nos corredores logísticos Norte-Sul/Carajás e Rio Madeira.
b) Com a instalação dos corredores logísticos do Arco Norte, os produtos brasileiros para exportação têm vantagens competitivas em relação aos corredores logísticos do Centro-Sul do Brasil. Justifique por que essas vantagens competitivas ocorrem. Em seguida, aponte, além dos desmatamentos, dois outros tipos de impactos socioambientais ocasionados pela instalação física dos grandes sistemas de transporte na região do Arco Norte.
a) Uma característica que define a multimodalidade de transportes observada nos corredores logísticos, são a integração entre diferentes modais de transporte, uma vez que os corredores combinam rodovias, ferrovias e hidrovias, permitindo que a carga passe de um modal a outro ao longo do trajeto até os portos do Arco Norte. Uma segunda característica é a redução de custos e aumento da eficiência logística, pois ao usar modais complementares (por exemplo, ferrovia + hidrovia), as rotas diminuem tempo, custo do frete e gargalos dependentes apenas do transporte rodoviário.
Já as commodities prioritárias transportadas pelos corredores Norte-Sul/Carajás e Rio Madeira, são minério de ferro (especialmente pelo corredor Carajás–São Luís); e soja e milho (grãos exportados pelo Arco Norte, com destaque para Miritituba–Santarém e Porto Velho–Itacoatiara, via Rio Madeira).
b) As duas vantagens competitivas dos corredores do Arco Norte em relação ao Centro-Sul, são a menor distância até os principais mercados importadores (EUA, Europa e Ásia pelo Canal do Panamá), reduzindo tempo de viagem e custo por tonelada exportada; além do descongestionamento dos portos tradicionais do Sudeste e Sul, permitindo maior fluidez logística; também é possível citar a proximidade das novas fronteiras agrícolas do MATOPIBA e norte do MT, encurtando o percurso entre área produtiva e porto. Essas vantagens trazem redução do custo logístico, maior competitividade das commodities brasileiras e diversificação das rotas de exportação.
Dentre os dois impactos socioambientais, além do desmatamento, resultantes da instalação dos grandes sistemas de transporte no Arco Norte, podemos citar a pressão sobre territórios indígenas e tradicionais, com aumento de conflitos fundiários, avanço da grilagem e ameaças a modos de vida locais; e os impactos hidrológicos e urbanos, como assoreamento de rios devido ao intenso tráfego hidroviário, expansão urbana desordenada nos polos logísticos (como Miritituba e Itaituba) e poluição sonora/atmosférica.
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