Questão 10 - Prova Medicina - FMABC 2026

Gabarito

Questão 10

Objetiva
10

Para responder às questões de 09 a 13, leia o soneto da poeta portuguesa Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre (1750-1839), também conhecida como Marquesa de Alorna.

Bem pode sobre o cândido Oriente
Soltar Febo¹ os cabelos douradores,
Que quem vive como eu, vê sempre as flores
Tintas da negra cor do mal que sente.

Para mim não há prado florescente,
Tudo murcham meus ais, meus dissabores,
Nem me tornam cantigas dos Pastores
Jamais serena a pensativa frente².

Se triste vou às danças, triste venho,
E quando a noite estende úmido manto
A segurar o sono, em vão me empenho.

Não toco a flauta, versos já não canto;
Cercada de pesar, mais bem não tenho
Que triste desafogo³ em terno pranto.

(Marquesa de Alorna. Sonetos, 2007.)

¹ Febo: forma poética de se designar o Sol. Ao dizer que “Febo solta sobre o Oriente os cabelos douradores”, o eu lírico refere-se ao nascer do dia.
² frente: face, semblante.
³ desafogo: desabafo.

A exemplo das cantigas de amigo da lírica trovadoresca, o soneto da Marquesa de Alorna é construído a partir de um eu lírico feminino. Esse eu lírico feminino pode ser factualmente constatado no seguinte verso:

Alternativas

  1. A

    “Cercada de pesar, mais bem não tenho” (4ª estrofe)

  2. B

    “Jamais serena a pensativa frente.” (2ª estrofe)

  3. C

    “Para mim não há prado florescente,” (2ª estrofe)

  4. D

    Se triste vou às danças, triste venho,” (3ª estrofe)

  5. E

    “Que quem vive como eu, vê sempre as flores” (1ª estrofe)

Gabarito:
    A

Por meio do adjetivo “cercada” do verso “Cercada de pesar, mais bem não tenho”, nota-se que o eu lírico é do sexo feminino: há a ocorrência da desinência “-a”, marca do gênero feminino.

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