Questão 2 - Prova Modelo A - AFA 2025

Gabarito

Questão 2

Objetiva
2

TEXTO I

Black Mirror: “Queda livre”, a desumanização do futuro

Queda Livre, o enredo

      “Queda Livre” nos lembra da invasão das redes sociais 
que vivemos hoje e nos leva a perceber como elas podem 
ser perigosas e irreais.

      [...]

5                Lacie é a protagonista desta história, desse ecossistema 
              em que as pessoas são julgadas de acordo com sua 
              popularidade, onde 0 é a menor e 5 a mais alta. Graças 
              às avaliações dos outros e sua rede de contatos, é possível
              obter um melhor emprego, comprar um apartamento e obter
10          um grande número de benefícios.

Black Mirror – “Queda Livre” por trás da perfeição

                   “Queda Livre” significa mover os códigos de nossas
15          redes sociais para o mundo real, onde não apenas 
              agiríamos falsamente para agradar e mostrar nossa melhor 
              face, mas esses gostos que recebemos serviriam para 
              determinar nossa posição social.

                   Em Black Mirror, as pessoas agem de forma correta
20          umas com as outras, com uma gentileza que nos incomoda
              porque, afinal, sabemos ser um egoísmo fictício e puro. Elas 
              não tentam ajudar ou apoiar, mas melhorar sua própria
              imagem.

25         Deixando de ser escravos 

                   Black Mirror magistralmente nos imersa em um baile de 
              máscaras contemporâneo, filtros na vida real, onde tudo é 
              pastel, tudo é perfeito na aparência, mas ninguém é feliz na
30          realidade. Ninguém pode ser tão feliz, ninguém pode ser 
              feliz sempre e ninguém pode adorar o mundo inteiro.

                   [...]

                   A queda da personagem Lacie nada mais é do que uma
              libertação. Não são as paredes que a oprimem, é a
35          sociedade e, uma vez à margem, pode finalmente gritar, 
              pode ser ela mesma.

                   A cena final em que Lacie “perdeu a cabeça”, quando 
              percebe que não tem mais seu celular, é uma cena
              libertadora e esperançosa. Não há prisão maior do que a
40          própria pessoa, não há maior escravidão do que um mundo 
              desumanizado.

(PENSAR CONTEMPORÂNEO. Black Mirror: “Queda livre”, a desumanização do futuro. Disponível em: https://www.pensarcontemporaneo.com/black-mirror-queda-livre/. Acesso em: 04 de março de 2024). Adaptado

Dentre os trechos literários a seguir, assinale aquele que pode ser entendido como uma síntese das ideias apresentadas no texto I.

Alternativas

  1. A

    “Acho que as lembranças são cócegas invisíveis que ficam dentro das pessoas”. (Ondjaki, Avó Dezanove e o Segredo do Soviético)

  2. B

    “Não sei quantas almas tenho / Cada momento mudei / continuamente me estranho. / Nunca me vi nem achei. / De tanto ser, / só tenho alma.” (Fernando Pessoa)

  3. C

    “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o edifício inteiro”. (Clarice Lispector)

  4. D

    “Você que é sem nome, / que zomba dos outros / você que faz versos, / que ama, protesta? / e agora, José?” (Gabriel, o Pensador – Tem alguém aí?)

Gabarito:
    B

Na trama do episódio de Black Mirror, a personagem Lacie vive presa a um modelo comportamental que busca constante aprovação alheia. Nesse sentido, sua saga inicia-se metaforizada em uma prisão social: suas atitudes objetivam tão somente agradar à comunidade em que vive, independentemente de sua verdadeira vontade ou dos impulsos que ela deseja, de fato, viver. O desenvolvimento da história, por sua vez, revela uma trajetória de libertação, visto que a garota, paulatinamente, passa a se comportar de forma mais livre, deixando de preocupar-se com o julgamento dos demais. Com isso, o final da trama, em que ela perde a necessidade de viver presa a um celular, revela que a partir desse momento estará liberta para ser, de fato, quem deseja. Assim, resta-lhe apenas sua própria “alma”. 

Essa trajetória encontra relação indireta com os versos de Fernando Pessoa, os quais se assemelham na sequência de eventos: ao tematizar as diversas mudanças sofridas, o eu lírico mostra que, no final, encontra-se consigo finalmente liberto das diversas versões irreais e confusas que havia sido. 

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