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TEXTO I
Black Mirror: “Queda livre”, a desumanização do futuro
Queda Livre, o enredo
“Queda Livre” nos lembra da invasão das redes sociais
que vivemos hoje e nos leva a perceber como elas podem
ser perigosas e irreais.
[...]
5 Lacie é a protagonista desta história, desse ecossistema
em que as pessoas são julgadas de acordo com sua
popularidade, onde 0 é a menor e 5 a mais alta. Graças
às avaliações dos outros e sua rede de contatos, é possível
obter um melhor emprego, comprar um apartamento e obter
10 um grande número de benefícios.
Black Mirror – “Queda Livre” por trás da perfeição
“Queda Livre” significa mover os códigos de nossas
15 redes sociais para o mundo real, onde não apenas
agiríamos falsamente para agradar e mostrar nossa melhor
face, mas esses gostos que recebemos serviriam para
determinar nossa posição social.
Em Black Mirror, as pessoas agem de forma correta
20 umas com as outras, com uma gentileza que nos incomoda
porque, afinal, sabemos ser um egoísmo fictício e puro. Elas
não tentam ajudar ou apoiar, mas melhorar sua própria
imagem.
25 Deixando de ser escravos
Black Mirror magistralmente nos imersa em um baile de
máscaras contemporâneo, filtros na vida real, onde tudo é
pastel, tudo é perfeito na aparência, mas ninguém é feliz na
30 realidade. Ninguém pode ser tão feliz, ninguém pode ser
feliz sempre e ninguém pode adorar o mundo inteiro.
[...]
A queda da personagem Lacie nada mais é do que uma
libertação. Não são as paredes que a oprimem, é a
35 sociedade e, uma vez à margem, pode finalmente gritar,
pode ser ela mesma.
A cena final em que Lacie “perdeu a cabeça”, quando
percebe que não tem mais seu celular, é uma cena
libertadora e esperançosa. Não há prisão maior do que a
40 própria pessoa, não há maior escravidão do que um mundo
desumanizado.
(PENSAR CONTEMPORÂNEO. Black Mirror: “Queda livre”, a desumanização do futuro. Disponível em: https://www.pensarcontemporaneo.com/black-mirror-queda-livre/. Acesso em: 04 de março de 2024). Adaptado.
TEXTO II
Os impactos da felicidade fabricada para as redes sociais
O Grupo Consumoteca, liderado pelo antropólogo
Michel Alcoforado, divulgou recentemente os resultados do
estudo “Economia do mal-estar”, no qual avaliou a
metrificação da felicidade na era das redes sociais – e como
5 isso acaba gerando produtos que se oferecem como
soluções rápidas para as angústias às vezes até agravadas
por essa quase obrigatoriedade de estar ou parecer feliz.
Foi realizada uma pesquisa cuja ideia era analisar se existe
felicidade além das redes ou se todos estão realmente
10 presos ao padrão do mundo digital de provar com
audiência, likes e comentários o quanto se é feliz.
Os brasileiros são os mais infelizes entre os países
pesquisados: 58% sentem-se insatisfeitos com sua vida
atual. Além disso, oito em cada dez pessoas dizem ter
15 projetos que não conseguem tirar do papel, 41% acham
que não fazem tudo que poderiam fazer por sua felicidade
e 35% das pessoas se sentem mais negativas quando
acompanham a vida dos outros nas redes sociais.
Segundo Alcoforado, se antes havia um caminho
20 razoavelmente claro para a felicidade – trabalho,
casamento e filhos – hoje, com tudo isso colocado em
questão, vale mais a jornada de busca da plenitude do que
o chegar lá exatamente.
Com tudo isso, analisa o antropólogo, a velha história
25 de “plantar e colher” foi substituída pelo postar, numa
espécie de tirania da positividade, que no fundo deixa a
sensação de as pessoas terem sempre de estar correndo
atrás nesse páreo [...].
(ROCHA, Roseane. Os impactos da felicidade fabricada para as redes sociais. Disponível em: www.meiomensagem.com.br. Acesso em: 04 de março de 2024). Adaptado.
TEXTO III
Pela Internet
Gilberto Gil
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
5 Um barco que veleje
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
10 Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
15 Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
20 Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
25 Eu quero entrar na rede
Promover um debate
(Gilberto Gil. Pela Internet. Quanta: 1997. Disponível em: www.gilbertogil.com.br/noticias/producoes/detalhes/quanta. Acesso em: 15 de abr. de 2024).
TEXTO IV
(REMÉDIOS. Placebo. Disponível em: www.caixadoremedios.com. Acesso em: 04 de março de 2024.
Analise as afirmativas abaixo.
No texto I, pode-se afirmar que Lacie realmente foi feliz quando estava liberta da tecnologia e das redes sociais, conectando-se a si mesma e desconstruindo o papel das redes na vida das pessoas.
No texto II, pode-se afimar que, apesar de as redes sociais apresentarem um mundo de felicidades, parte dos brasileiros são insatisfeitos com suas vidas, quando as comparam com a vida dos outros.
No texto III, pode-se afirmar que há uma valorização da tecnologia, visto que, a partir dessa interação tecnológica, é que há uma conexão do eu-lírico e do mundo.
No texto IV, pode-se afirmar que há uma crítica quanto às postagens nas redes sociais, que nem sempre são condizentes com a realidade, mas antes buscam impressionar quem os acompanha.
Em relação às afirmativas, assinale a opção correta:
todas estão corretas.
apenas uma está correta.
apenas duas estão corretas.
apenas três estão corretas.
Afirmativa I: correta. O texto I afirma que a personagem Lacie só alcança a verdadeira felicidade quando se vê liberta das pressões da sociedade distópica em que ela vivia, conforme fica comprovado nos seguintes trechos: “A queda da personagem Lacie nada mais é do que uma libertação. Não são as paredes que a oprimem, é a sociedade e, uma vez à margem, pode finalmente gritar, pode ser ela mesma.” e “A cena final em que Lacie ‘perdeu a cabeça’, quando percebe que não tem mais seu celular, é uma cena libertadora e esperançosa.”.
Afirmativa II: correta. O texto II traça um paralelo entre o mundo perfeito das redes sociais, no qual as pessoas postam apenas os melhores momentos de suas vidas e suas maiores conquistas, e o mundo real, em que, na prática, muitas pessoas se sentem fracassadas quando comparam suas vidas com as postagens visualizadas. No texto II, alguns dados impressionam: 58% dos brasileiros “sentem-se insatisfeitos com sua vida atual” e “35% das pessoas se sentem mais negativas quando acompanham a vida dos outros nas redes sociais”.
Afirmativa III: correta. No poema, é possível identificar o desejo do eu lírico de participar das redes, pois é por meio delas que ele pode “promover um debate”, ou seja, participar ativamente da sociedade, como se vê nos versos: “Eu quero entrar na rede / Promover um debate / Juntar via Internet / Um grupo de tietes de Connecticut / Eu quero entrar na rede / Promover um debate”. Esse desejo mostra uma valorização da tecnologia como forma de conexão entre o eu lírico e o mundo.
Afirmativa IV: correta. No último quadro, a personagem diz que sua rede social se alimenta da exaltação do seu ego, de tempo, de reclamações, dos livros que ela não leu, e das coisas que ela não é, o que demonstra uma crítica às postagens das redes sociais, que não refletem a realidade de quem posta.
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