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Para responder às questões de 08 a 10, leia o poema “Desencontro (2)”, de Mia Couto.
No avesso das palavras
na contrária face
da minha solidão
eu te amei
e acariciei
o teu imperceptível crescer
como carne da lua
nos noturnos lábios entreabertos
E amei-te sem saberes
amei-te sem o saber
amando de te procurar
amando de te inventar
No contorno do fogo
desenhei o teu rosto
e para te reconhecer
mudei de corpo
troquei de noites
juntei crepúsculo e alvorada
Para me acostumar
à tua intermitente ausência
ensinei às timbilas¹
a espera do silêncio
(Mia Couto. Poemas Escolhidos, 2016.)
¹ timbila: instrumento musical de percussão, do tipo xilofone, tradicional de Moçambique.
Em um processo de formação de palavras, uma palavra pode mudar de classe gramatical sem sofrer alteração em sua forma. A este processo de enriquecimento vocabular pela mudança de classe das palavras chama-se derivação imprópria.
(Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra. Nova Gramática do Português Contemporâneo, 2007. Adaptado.)
A palavra sublinhada que é um exemplo de derivação imprópria é:
“No avesso das palavras” (1ª estrofe).
“amei-te sem o saber” (2ª estrofe).
“a espera do silêncio” (4ª estrofe).
“o teu imperceptível crescer” (1ª estrofe).
“na contrária face” (1ª estrofe).
A mudança de classe gramatical de uma palavra que não sofre alteração em sua forma, chamada de derivação imprópria, ocorre apenas na alternativa D. O termo crescer, normalmente utilizado como verbo, é usado no texto com a função de substantivo, o que se pode comprovar pelo uso do artigo definido “o”, do pronome possessivo “teu” e do adjetivo “imperceptível”, palavras que acompanham o substantivo “crescer”.
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