Redação - Prova Modelo A - AFA 2026

Gabarito

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O texto I é composto por três fragmentos informativos que apresentam definições importantes sobre a relação entre tecnologia e proteção de dados.

TEXTO I

Fragmento I

(Adaptado de: A importância da Lei Geral de Proteção de Dados no Comércio Exterior. Disponível em: https://www.domaniconsultoria.com.br. Acesso em: 26/03/2025).

Fragmento II

Nanotecnologias e proteção dos dados pessoais: um diálogo necessário

(Disponível em: https://www.jota.info/artigos/nanotecnologias-e-protecao-dosdados-pessoais-um-dialogo-necessario. Acesso em: 28/02/2025. Adaptado).

Fragmento III

Especialista alerta para os riscos do uso da íris como credencial de segurança

(Adaptado de: Especialista alerta para os riscos do uso da íris como credencial de segurança. Disponível em: https://www.contabeis.com.br/noticias. Acesso em: 13/03/2025).

Com base no texto I da prova de Língua Portuguesa e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, posicionando-se sobre a seguinte afirmação:

Ciência, tecnologia e bioética: um diálogo acerca da segurança de dados

Instruções:

  • Considere os textos desta prova como motivadores e fonte de dados. NÃO os copie, sob pena de ter a redação zerada.
  •  A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes às classes gramaticais da Língua Portuguesa.
  • Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva legível. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras maiúsculas deverão receber o devido realce.
  • Utilize caneta de tinta preta ou azul.
  • Dê um título à redação.
  • NÃO assine no VERSO do CARTÃO DE RESPOSTA (local destinado à elaboração da redação proposta).

Comentário:

A prova da AFA, como em anos anteriores, traz à tona um debate relevante da atualidade: até que ponto o avanço da ciência e da tecnologia pode ser considerado ético quando envolve o tratamento de dados sensíveis? Ao propor uma reflexão sobre a segurança de dados à luz da bioética, a prova convida os candidatos a analisarem os impactos da evolução tecnológica na privacidade individual e nos direitos fundamentais dos cidadãos, especialmente quando esse progresso atinge áreas sensíveis como a saúde, a genética e a biometria.

A pergunta-tema e o texto motivador, composto de três fragmentos, estimulam uma tese crítica: o desenvolvimento tecnológico, embora benéfico em muitos aspectos, exige limites éticos claros quando lida com dados pessoais. O primeiro fragmento do texto, ao apresentar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), explicita os mecanismos legais criados para salvaguardar os indivíduos, revelando que o consentimento informado e a finalidade do uso dos dados são pilares centrais desse debate. A simples coleta de informações, se não for regulada por critérios bioéticos, pode se tornar uma forma de violação da dignidade humana.

Já o segundo fragmento traz uma abordagem mais técnica e acadêmica, ao discutir os efeitos da nanotecnologia na Medicina e sua capacidade de captar dados biológicos em nível molecular. Essa possibilidade abre espaço para uma revolução nos tratamentos de saúde, mas também levanta questões éticas delicadas, principalmente quando tais dados podem ser compartilhados internacionalmente e cruzados com sistemas de inteligência artificial. O uso dessas informações fora do controle do indivíduo – ainda mais quando se tratam de dados sensíveis, como os genéticos – torna imprescindível uma discussão sobre segurança e responsabilidade digital.

O terceiro fragmento, por sua vez, oferece um exemplo concreto e atual do risco envolvido: o uso da íris como chave de acesso e a crescente prática de comercialização desse dado em troca de criptomoedas. Essa situação escancara o quanto as pessoas podem ser persuadidas a negociarem aspectos íntimos de sua identidade em nome de vantagens tecnológicas ou financeiras, sem plena consciência das implicações éticas e legais envolvidas. Além disso, a promessa de exclusão dos dados após o uso é frágil diante da vulnerabilidade de sistemas digitais ao vazamento e à manipulação.

Diante desse cenário, o tema da redação possibilita e até incentiva o uso de repertórios filosóficos e jurídicos ligados à bioética, à dignidade da pessoa humana e aos limites morais da tecnologia. A obra de autores como Hans Jonas, que propõe a responsabilidade como princípio ético frente às inovações, pode enriquecer a argumentação. Ademais, exemplos recentes de vazamentos de informações em grandes plataformas digitais poderiam ser usados para fundamentar a tese de que o progresso técnico deve caminhar lado a lado com a reflexão ética e a regulamentação jurídica.

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