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O regionalismo, que deu algumas das formas menos tensas de escritura (a crônica, o conto folclórico, a reportagem), estava destinado a sofrer, nas mãos deste(a) escritor(a), a metamorfose que o traria de novo ao centro da ficção brasileira. Para este(a) escritor(a), como para os mestres da prosa moderna, a palavra é sempre um feixe de significações: mas ela o é em um grau eminente de intensidade se comparada aos códigos convencionais da prosa. Além de referente semântico, o signo estético é portador de sons e de formas que desvendam as relações íntimas entre o significante e o significado.
Toda voltada para as forças virtuais da linguagem, a escritura deste(a) autor(a) procede abolindo intencionalmente as fronteiras entre narrativa e lírica. Vários de seus textos incluem e revitalizam recursos da expressão poética: aliterações, onomatopeias, rimas internas, cortes e deslocamentos de sintaxe, vocabulário insólito, arcaico ou de todo neológico. Imerso(a) na musicalidade da fala sertaneja, ele(a) procurou primeiro fixar cadências populares e medievais; depois, soube zarpar para ousadas combinações de som e de forma nas obras maduras.
(Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira, 1994. Adaptado.)
Tal comentário refere-se a
Graciliano Ramos.
Clarice Lispector.
Guimarães Rosa.
Euclides da Cunha.
Jorge Amado.
Guimarães Rosa é reconhecido como um dos mais importantes autores do Modernismo, e, dentre suas principais obras, destacam-se romances como Grande Sertão: veredas e Sagarana. Frequentemente, a temática do autor é relacionada ao ambiente sertanejo, à vida interiorana e aos desafios sociais, geográficos e climáticos dos sertões brasileiros. Nesse sentido, Rosa é classificado junto a outros autores como um prosador de romances regionalistas. Em sua obra, porém, encontra-se um uso plástico das palavras bastante inusitado e próprio do autor: recriam-se sons, empregam-se onomatopeias, aliterações, neologismos. Essa estrutura, muitas vezes truncada, desafia o leitor a ressignificar o processo de leitura e coloca o autor como um dos mais sagazes romancistas brasileiros.
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