Questão 31 - Dia 1 - Verde - Enem 2025

Gabarito

Questão 31

Objetiva
31


Uruku

Urucum

Rocou

(Bixa orellana)

Moju, dono da água, não gosta do cheiro de urucum. Mani'ojarã, dono do mandioca, e os donos das outras plantas cultivadas também não. Eles não suportam. Por isso, os Wajãpi se untam de urucum, deixam o rosto vermelho e se perfumam com seu aroma agradável. Além disso, os seres agressores, os jarã (donos) e os espíritos terrestres, gostam do cheiro dos fluidos humanos, do sangue, do suor. Então, o urucum os dissimula, protegendo as pessoas que vão caçar, caminhar pela floresta, que estão sendo perturbadas por espíritos em sonhos ou que estão em resguardo, como os doentes. O seu uso é tão cotidiano que os Wajãpi o plantam na aldeia, para ter sempre pertinho. Como o urucum não tem jarã, não tem problema nenhum em arrancar e usar para pintar.

STRAPPAZZON, A. I.; SIGOLO, R. P. Jardins da história: medicinas indígenas. Recife: ObservaPICS, 2022.

Esse verbete contribui para a preservação do patrimônio linguístico nacional, pois apresenta uma

Alternativas

  1. A

    explicação de um rito medicinal do povo Wajãpi.

  2. B

     definição de um termo na perspectiva ancestral indígena.

  3. C

    relação de equivalência entre vocábulos de diferentes línguas indígenas.

  4. D

    atualização de saberes tradicionais dos povos indígenas brasileiros.

  5. E

    descrição das propriedades científicas de plantas silvestres.

Gabarito:
    B

O texto explica o uso e o significado do urucum para o povo Wajãpi, mostrando como essa planta tem função protetora e espiritual dentro de sua culturaDesse modo, o verbete define o termo “urucum” a partir da cosmovisão indígena, ou seja, de uma perspectiva ancestral e cultural, e não de uma abordagem científica ou puramente linguística. Ao fazer isso, ele contribui para a preservação do patrimônio linguístico nacional, pois valoriza não apenas a palavra em si – como propõe a alternativa C –, mas também os saberes, as práticas e os significados culturais carregados por ela, o que vai ao encontro da concepção de patrimônio linguístico, que envolve a língua como expressão viva da cultura.  

A alternativa A não está correta, pois o rito medicinal não só não está bem focado na definição como também não contribui especificamente para a preservação do patrimônio linguístico em si. Já a alternativa D não está correta, porque não há uma atualização dos saberes, apenas uma explicação deles. Por fim, a alternativa E não pode ser considerada correta, uma vez que a descrição do verbete não é científica, mas sim pautada nas práticas e saberes tradicionais e na perspectiva cultural. 

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