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Pequenino morto
Tange o sino, tange, numa voz de choro,
Numa voz de choro... tão desconsolado...
No caixão dourado, como em berço de ouro,
Pequenino, levam-te dormindo... Acorda!
Olha que te levam para o mesmo lado
De onde o sino tange numa voz de choro...
Pequenino, acorda!
Que caminho triste, e que viagem! Alas
De ciprestes negros a gemer no vento;
Tanta boca aberta de famintas valas
A pedir que as fartem, a esperar que as encham...
Pequenino, acorda! Recupera o alento,
Foge da cobiça dessas fundas valas
A pedir que as encham.
CARVALHO, V. Poemas e canções. Rio de Janeiro: Saraiva, 1962 (fragmento).
Nesse fragmento do poema, o sentimento de luto adquire contornos expressivos e é intensificado pela
descrição da paisagem de um cemitério.
recusa do eu lírico à irreversibilidade da morte.
sonoridade dos versos produzida pela pontuação.
religiosidade evocada como forma de fortalecimento.
impressão de sonho na construção da estrutura poética.
No poema “Pequenino morto”, observa-se o eu lírico repetidamente dirigindo-se ao pequenino, o qual, provavelmente, é uma criança. Nessas interpelações, exemplificadas pelos versos “Pequenino, levam-te dormindo... Acorda!”, “Pequenino, acorda!” e “Pequenino, acorda! Recupera o alento”, o pedido do eu lírico é o mesmo: que o pequenino acorde, antes que chegue à vala. A associação entre esse recorrente pedido e termos como “caixão”, “choro”, “triste” e “valas” leva à interpretação sobre a recusa do eu lírico à irreversibilidade da morte, resposta correta da questão.
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