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Dissertativa 12 - 2ª Fase - Dia 1 - Unesp 2026
Gabarito
Texto 1
Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem nenhuma ideia; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo: da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os materiais do pensamento. Dessas duas fontes de conhecimento jorram todas as nossas ideias, ou as que possivelmente teremos.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1999.)
Texto 2
Retire um livro retangular da sua estante e olhe para a capa. Qual é a cor predominante, e quantos lados tem? Ao responder a estas questões, o leitor passa a saber duas coisas acerca desse livro. Para saber a cor do livro, temos de observá-lo (ou pedir a alguém que o faça por nós). A justificação para a nossa crença acerca da sua cor é fornecida pela
experiência (nossa ou de outrem).
(Dan O’Brien. Introdução à teoria do conhecimento, 2006. Adaptado.)
a) Que problema central da filosofia moderna é comum aos textos 1 e 2? Acerca dos debates epistemológicos, cite o nome da corrente de pensamento da qual John Locke faz parte.
b) Qual é o nome dado à teoria de Locke, representada no texto 1? Explique de que maneira essa teoria se opõe ao inatismo.
Resolução:
a) Os textos abordam uma questão clássica da Filosofia: qual a origem do conhecimento, a razão pura ou a experiência dos sentidos? O pensador inglês John Locke é um dos expoentes do empirismo, ou seja, corrente filosófica que defende que o conhecimento é originário da experiência sensível.
b) A teoria de Locke presente no texto I é conhecida como “tábula rasa” ou “folha em branco”, isto é, que a mente humana ao nascermos não possui nada inscrito ou presente nela, pois tudo que a compõem é derivado da experiência dos sentidos. Essa concepção empirista de Locke contrasta com as teses defendidas pelo inatismo de Descartes, que postula a existência de ideias inata, isto é, que não derivam da experiência, uma vez que já nascemos com elas.
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