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Toda avaliação acerca da qualidade de vida requer antes a determinação da experiência de vida como um todo, relacionada com as múltiplas satisfações ou privações, tanto culturais quanto materiais, do povo em questão. [...]
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum, ao contrário do que se pode observar em países que atravessam uma revolução nacional. Sua única ideologia foi a dos patrões. [...]
O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. [...]
Não foram nem a pobreza, nem a doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas sim o próprio trabalho.
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, 1987.)
a) Explique a conclusão presente no último parágrafo do excerto e a justifique a partir do que é dito no terceiro parágrafo.
b) Cite dois exemplos de “privações” ou de “erosão de padrões de vida tradicionais” ocorridos durante a Revolução Industrial inglesa no século XVIII.
a) O último parágrafo do texto deixa claro que a pior das mazelas presentes sobre o povo pobre inglês do século XVIII foi o abuso do trabalho e as péssimas condições envolvidas na rotina laboral, para além da questão da pobreza e das doenças.
O terceiro parágrafo demonstra que, durante o período de industrialização da Grã-Bretanha, não existiam medidas de proteção ao trabalhador e de limitação da exploração estabelecida pelo Estado. Sendo assim, a ânsia pelo lucro e a cobiça dos proprietários dos meios de produção criaram um contexto de extrema exploração e de abusos aos trabalhadores presentes nas fábricas.
b) Dois exemplos de "privação" ou "erosão de padrões de vida tradicionais" são: as extensas cargas horárias de trabalho diário que impossibilitavam o lazer, o descanso e a vida pessoal do operário, além da imposição ao trabalhador de uma disciplina fabril e do "tempo da máquina", que rompia com os horários naturais do indivíduo e da família e organizava artificialmente os horários visando a lucratividade e os interesses dos proprietários.
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