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Se moralidade significa agir em função do dever, resta saber em que consiste o dever. Compreender isso, segundo Kant, é compreender o princípio supremo da moralidade. Qual é o princípio supremo da moralidade? Kant distingue duas maneiras pelas quais a razão pode comandar a vontade, dois tipos diferentes de imperativo. “Se a ação for boa apenas como um meio para atingir uma determinada coisa”, escreve Kant, “o imperativo será hipotético. Se a ação for boa em si, e, portanto, necessária para uma vontade que, por si só, esteja em sintonia com a razão, o imperativo, nesse caso, será categórico”. Kant faz uma comparação entre os imperativos hipotéticos, que são sempre condicionais, e um tipo de imperativo incondicional: o imperativo categórico. Uma versão do imperativo categórico é o que Kant denomina fórmula da lei universal: “Aja apenas segundo um determinado princípio que, na sua opinião, deveria constituir uma lei universal”.
(Michael J. Sandel. Justiça: o que é fazer a coisa certa?, 2020. Adaptado.)
a) A que área da filosofia pertence a temática discutida no excerto? De acordo com o excerto, qual a diferença entre imperativo hipotético e imperativo categórico, segundo Kant?
b) Por que o imperativo categórico, tal como formulado por Kant, não permite que uma ação moral seja determinada por interesses pessoais? Em que sentido a universalização é um critério para avaliar a moralidade do princípio da ação?
a) A área da Filosofia abordada no excerto é a Ética, mais precisamente, a teoria ética deontológica de Kant. Em sua obra o pensador prussiano concebeu duas formas de imperativos, o hipotético e categórico. O imperativo hipotético consiste numa ação voltada para atingir um determinado fim ou objetivo específico, isto é, um meio ou forma para se atingir algo específico. Enquanto o imperativo categórico é uma ação moral voltada para um fim em si mesma, uma vez que é incondicional e universal e, dessa maneira independe de variáveis e resultados.
b) O imperativo categórico para Kant implica numa ação de valor universal que não deriva de inclinações pessoais e circunstanciais. O caráter universal da ação é seu fundamento e, por conseguinte, confere a dignidade a ação moral do imperativo categórico. Por isso, na concepção kantiana, o imperativo categórico não pode ser definido ou guiado por meros interesses pessoais.
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