Questão 71 - Prova V4 - Fuvest 2026

Gabarito

Questão 71

Objetiva
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Paul Cézanne. A montanha de Sainte-Victoire, 1904.

     Assim também o gênio de Cézanne consiste em fazer com que as deformações de perspectiva, pela disposição de conjunto do quadro, deixem de ser visíveis por si mesmas na visão global e contribuam apenas, como ocorre na visão natural, para dar impressão de uma ordem nascente, de um objeto que surge a se aglomerar sob o olhar. (...) O desenho deve então resultar da cor, se se quer que o mundo seja restituído em sua espessura, pois é uma massa sem lacunas, um organismo de cores, através das quais a fuga da perspectiva, os contornos, as retas, as curvas instalam-se como linhas de força, pois é vibrando que a órbita do espaço se constitui. 

Merleau-Ponty. A dúvida de Cézanne.

Merleau-Ponty, filósofo francês do século XX, dedicou um espaço importante em sua filosofia à reflexão sobre a pintura e, em particular, à obra de Paul Cézanne. 

Com base na proposição do filósofo e na observação da tela do artista, é correto afirmar que cabe à expressão por meio da pintura 

Alternativas

  1. A

    encontrar uma forma de representação pictórica que se sobreponha ao mundo visível. 

  2. B

    retratar a realidade, explicitando suas deformações de perspectivas. 

  3. C

    fazer aparecer a espessura do mundo, especialmente pela ênfase à cor. 

  4. D

    deixar o mundo se revelar, sem o recurso técnico a qualquer mediação. 

  5. E

    destacar a cor sobre o desenho, para fazer aparecer as perspectivas. 

Gabarito:
    C

Segundo Merleau-Ponty, um importante filósofo francês do século XX e representante da fenomenologia, a grandeza de Cézanne está em permitir que a pintura revele a espessura do mundo tal como é percebida, como algo que se organiza e ganha forma diante do olhar. Para o filósofo, cuja obra investiga a experiência sensível e a percepção, o desenho deve “resultar da cor”, pois é por meio dela que surgem naturalmente profundidade, contornos e linhas de força, replicando o modo como vemos na experiência concreta. Assim, a pintura não deve copiar a realidade, mas fazê-la emergir pela vibração das cores, o que corresponde exatamente ao que se expressa na alternativa “fazer aparecer a espessura do mundo, especialmente pela ênfase à cor”. 

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