Questão 29 - Prova V2 - Fuvest 2026

Gabarito

Questão 29

Objetiva
29

Em 19 de setembro de 2023, o Azerbaijão lançou uma ofensiva contra a autoproclamada República de Nagorno-Karabakh (RAHK ou Artsakh), um território povoado por armênios sob bloqueio desde dezembro de 2022. Em 28 de setembro de 2023, a RAHK anunciou sua dissolução, que entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024, após mais de três décadas de existência não reconhecida. Em agosto de 2025, o governo norte americano propôs que a rota de transporte estratégica turco-azerbaijana seja controlada pelos EUA, por 99 anos. Essa proposta ainda está em curso, devido à oposição do Irã.

Reconfiguração geopolítica do Cáucaso (2023). Atlas Géopolitique Mondial, 2025. Adaptado.

Com base no texto, na legenda do mapa e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que explica os motivos da ofensiva do Azerbaijão contra os armênios.

Alternativas

  1. A

    O território armênio invadido pelo Azerbaijão é estratégico para o comércio de gás e petróleo com a Turquia e a União Europeia (UE) e há um projeto estratégico de transporte, no sul do território invadido, que permitirá uma rota de petróleo, gás e fluxo comercial.

  2. B

    O território no sul da Armênia é de interesse do Irã devido às reservas de hidrocarbonetos, causando vários conflitos com o Azerbaijão, que, ao defender a Armênia, cria enclaves de proteção territorial, resguardando as rotas comerciais até Ierevan, a capital da Armênia.

  3. C

    As bases militares de vários países estão concentradas no território armênio, que é disputado pela Turquia, Estados Unidos da América e Rússia, sendo este último interessado na rota Nagorno-Karabakh, por ser estratégica ao escoamento de sua produção de gás e petróleo para a UE.

  4. D

    O conflito entre Armênia e Azerbaijão força a Turquia a ter neutralidade e, ao mesmo tempo, permite o funcionamento dos gasodutos (TANAP) e oleodutos (BTC), a partir do controle que ela tem das rotas, dos pontos de passagem fechados e das bases militares.

  5. E

    No conflito entre Armênia e Azerbaijão, o corredor de transporte estratégico ao sul do Azerbaijão, associando a ferrovia, escoa toda a sua produção de petróleo, gás e fluxo comercial, conectando o território de Nagorno-Karabakh à Turquia e à área ocupada pela Armênia.

Gabarito:
    A

A ofensiva descrita no texto faz parte do contexto do comércio de gás e petróleo com a Turquia e a UE e o projeto do Corredor de Zangezur, identificado no mapa como “projeto de corredor de transporte turco-azerbaijano”.

Embora o território invadido em 2023 (Nagorno-Karabakh) não seja a rota direta dos dutos principais, a vitória do Azerbaijão sobre a Armênia foi a condição para forçar a abertura do corredor que completaria a infraestrutura de transporte regional. A Armênia, derrotada, cedeu o território de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão e se viu obrigada a aceitar os termos impostos pelo país vencedor. 

Quanto às outras alternativas, o Azerbaijão e a Armênia são inimigos históricos, justamente devido à disputa por Nagorno-Karabakh, que remonta pelo menos aos anos 1980 e terminou oficialmente em 1o de janeiro de 2024. A Armênia não é disputada por Turquia, Estados Unidos da América e Rússia, assim como não há em território armênio bases militares de vários países. Os gasodutos BTC e TANAP não passam pela Armênia, e a Turquia não tem controle sobre seus traçados completos. Por fim, a produção energética do Azerbaijão não é escoada totalmente pelo corredor estratégico do sul; o mapa da questão indica outras rotas de exportação. Esses fatores anulam as outras alternativas. 

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