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Leia os textos 1 e 2.
Texto 1
Aos óculos
Só fingem que põem
o mundo ao alcance
dos meus olhos míopes.
Na verdade, me exilam
dele com filtrar-lhe
a menor imagem.
Já não vejo as coisas
como são: vejo-as como eles querem
que as veja.
Logo, são eles que veem,
não eu que, mesmo cônscio
do logro, lhes sou grato
por anteciparem em mim
o Édipo curioso
de suas próprias trevas.
(PAES, J. P. Prosas seguidas de Odes mínimas. São Paulo: Companhia das Letras, p. 63,
1992.)
Texto 2
“Do grego odé e do latim ōde (ou ōda), a ode era, na antiguidade clássica, um poema destinado a ser cantado, ou um canto alegre, triste ou lírico. Era um poema de alguma extensão, de elevado assunto ou nobre, expressando sentimentos ilustres, em homenagem a algo ou a alguém. Apresentava também a elaboração estrófica, bem como estilo formal nobre e cerimonioso”.
(Adaptado do verbete “Ode”, elaborado por Ana Ladeira. In: CEIA, C. E-Dicionário de
termos literários (projeto abrigado pela Universidade Nova de Lisboa). Disponível em
https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/ode. Acesso em 31/05/2025.)
É correto afirmar que a ode mínima de José Paulo Paes reelabora a definição clássica de “ode” ao
respeitar a elevação do assunto, a nobreza do tom e os sentimentos ilustres.
utilizar-se de um tom elevado e cerimonioso para a homenagem.
dirigir-se a um objeto, vinculando-se ao gênero canção popular.
celebrar um objeto fundamental, os óculos, e não algo/alguém ilustre.
A ode clássica, conforme o texto 2, caracteriza-se por exaltar temas elevados em tom solene e cerimonioso; no entanto, no texto 1, José Paulo Paes subverte essa tradição ao dedicar sua ode a um objeto trivial – os óculos – e explorar no poema uma linguagem simples e irônica. Em vez de homenagear feitos nobres ou grandes personagens, o poeta volta-se para o cotidiano e diminui a grandiosidade típica do gênero, criando uma “ode mínima”. Portanto, o poeta reelabora o gênero ao celebrar um objeto banal, de sua vida cotidiana.
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