Questão 28 - Dia 1 - Azul - Enem 2025

Gabarito

Questão 28

Objetiva
28

Pequenino morto

Tange o sino, tange, numa voz de choro,

Numa voz de choro... tão desconsolado...

No caixão dourado, como em berço de ouro,

Pequenino, levam-te dormindo... Acorda!

Olha que te levam para o mesmo lado

De onde o sino tange numa voz de choro...

Pequenino, acorda!

 

Que caminho triste, e que viagem! Alas

De ciprestes negros a gemer no vento;

Tanta boca aberta de famintas valas

A pedir que as fartem, a esperar que as encham...

Pequenino, acorda! Recupera o alento,

Foge da cobiça dessas fundas valas

A pedir que as encham.

CARVALHO, V. Poemas e canções. Rio de Janeiro: Saraiva, 1962 (fragmento).

Nesse fragmento do poema, o sentimento de luto adquire contornos expressivos e é intensificado pela

Alternativas

  1. A

    descrição da paisagem de um cemitério.

  2. B

    recusa do eu lírico à irreversibilidade da morte.

  3. C

    sonoridade dos versos produzida pela pontuação.

  4. D

    religiosidade evocada como forma de fortalecimento.

  5. E

    impressão de sonho na construção da estrutura poética.

Gabarito:
    B

No poema “Pequenino morto”, observa-se o eu lírico repetidamente dirigindo-se ao pequenino, o qual, provavelmente, é uma criança. Nessas interpelações, exemplificadas pelos versos “Pequenino, levam-te dormindo... Acorda!”, “Pequenino, acorda!” e “Pequenino, acorda! Recupera o alento”, o pedido do eu lírico é o mesmo: que o pequenino acorde, antes que chegue à vala. A associação entre esse recorrente pedido e termos como “caixão”, “choro”, “triste” e “valas” leva à interpretação sobre a recusa do eu lírico à irreversibilidade da morte, resposta correta da questão.

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