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Leia o texto a seguir para responder às questões 3 e 4.
A IDEIA
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética¹ e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso² que a constringe³,
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica⁴, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo⁵ da língua paralítica!
Fonte: ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. 42. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998, Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv00054a.pdf
Glossário:
¹ psicogenética: origem e evolução das funções psíquicas.
² absconso: oculto, escondido.
³ constringir: apertar.
⁴ tísico: tuberculoso, fraco.
⁵ molambo: farrapo.
Uma característica do Parnasianismo evidenciada no poema é a
composição de versos decassílabos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.
valorização das figuras sonoras, principalmente as de construções paronomásticas.
predileção pelo soneto, cujos versos alexandrinos denotam a estilística parnasiana.
presença do pessimismo, ao sugerir que a forma como a ideia se desenvolveu provocou em si mesma danos irreversíveis.
objetividade, evidente na inquietação do eu lírico ao tentar compreender de onde vem a ideia.
Dotado de características tanto parnasianas, como simbolistas e até neobarroquistas, o poema contém um vocabulário voltado ao cientificismo. O formato perfeito da medida nova (versos decassílabos) e o soneto compõem essas características parnasianas. Efeitos sonoros se aproximam do Simbolismo, e o pessimismo não é evidência parnasiana. A objetividade é uma característica parnasiana, mas ela não é evidenciada na inquietação do eu lírico; se assim o fosse, seria um texto subjetivo. Na alternativa E, uma informação nega a outra.
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