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Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2.
“Prefiro a prosa ao verso, como modo de arte, por duas razões, das quais a primeira, que é minha, é que não tenho escolha, pois sou incapaz de escrever em verso. A segunda, porém, é de todos, e não é — creio bem — uma sombra ou disfarce da primeira. Vale pois a pena que eu a esfie, porque toca no sentido íntimo de toda a valia da arte.
Considero o verso como uma coisa intermédia, uma passagem da música para a prosa. Como a música, o verso é limitado por leis rítmicas, que, ainda que não sejam as leis rígidas do verso regular, existem todavia como resguardos, coações, dispositivos automáticos de opressão e castigo. Na prosa falamos livres. Podemos incluir ritmos musicais, e contudo pensar. Podemos incluir ritmos poéticos, e contudo estar fora deles. Um ritmo ocasional de verso não estorva a prosa; um ritmo ocasional de prosa faz tropeçar o verso.
Na prosa se engloba toda a arte — em parte porque na palavra se contém todo o mundo, em parte porque na palavra livre se contém toda a possibilidade de o dizer e pensar. Na prosa damos tudo, por transposição: a cor e a forma, que a pintura não pode dar senão diretamente, em elas mesmas, sem dimensão íntima; o ritmo, que a música não pode dar senão diretamente, nele mesmo, sem corpo formal, nem aquele segundo corpo que é a ideia; a estrutura, que o arquiteto tem que formar de coisas duras, dadas, externas, e nós erguemos em ritmos, em indecisões, em decursos e fluidezas; a realidade, que o escultor tem que deixar no mundo, sem aura nem transubstanciação; a poesia, enfim, em que o poeta, como o iniciado numa ordem oculta, é servo, ainda que voluntário, de um grau e de um ritual.”
Fonte: PESSOA, Fernando. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986. Disponível em http://arquivopessoa.net/textos/4527
O livro do desassossego é assinado por Bernardo Soares, um dos heterônimos de Fernando Pessoa. Sobre tais heterônimos, assinale a alternativa CORRETA.
Heterônimos são assinaturas fictícias adotadas por Pessoa, que mantêm sua personalidade ao escrever sob diferentes nomes.
Alberto Caieiro é o poeta que, em busca da simplicidade, volta-se para a vida no campo.
Ricardo Reis é o poeta das sensações, que representa o homem moderno ao tratar de temáticas futurísticas.
Álvaro de Campos é o poeta neoclássico, que compõe versos eruditos que trazem referências mitológicas.
Bernardo Soares é adepto a um estilo coloquial e explora de forma objetiva o real sentido da vida.
Alberto Caeiro é o poeta que viveu parte de sua vida no campo e, para ele, o que vale é o mundo real-sensível, percebido pelos sentidos. Preza a vida simples e está sempre integrado à natureza.
Álvaro de Campos é o poeta da modernidade; Ricardo Reis é o poeta neoclássico; e Bernardo Soares não é adepto ao estilo coloquial, o que pode ser comprovado pelo próprio texto.
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