Questão 34 - Unicamp - Q e X - Unicamp 2026

Gabarito

Questão 34

Objetiva
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Nas concepções de cidadania e nacionalidade em vigor a partir do século XIX, a filiação formal a um país é geralmente adquirida no nascimento, seja pelo jus soli (direito de solo) ou pelo jus sanguinis (direito de sangue). O jus soli atribui a nacionalidade com base no nascimento no território de um país; o jus sanguinis atribui às crianças a nacionalidade de seus pais. A dicotomia soli/sanguinis foi uma invenção do século XIX. Os impérios europeus do Antigo Regime atribuíam a pertença à comunidade com base em um ou outro princípio único de direito natural.


(Adaptado de PERL-ROSENTHAL, N. E.; ERMAN, S. Inventing Birthright: The Nineteenth-Century Fabrication of Jus Soli and Jus Sanguinis. Law and History Review 42, n. 3, p. 421-48, 2024.)

Distribuição do princípio de nacionalidade no mundo contemporâneo

Considerando o texto e o mapa, assinale a alternativa correta.

Alternativas

  1. A

    Filhos de estrangeiros nascidos em países europeus adquiriam a nacionalidade e a cidadania ao nascer, após o fim das revoluções burguesas.

  2. B

    As ex-colônias europeias nas Américas eram importantes destinos de imigrantes, o que influenciou suas definições de cidadania e nacionalidade.

  3. C

    Regimes populistas proibiram que os nascidos nos novos países reivindicassem cidadania europeia, após as independências americanas.

  4. D

    O jus sanguinis era utilizado nas colônias como um instrumento de controle pela Europa para dificultar o acesso à cidadania dos povos nativos.

Gabarito:
    B

A partir da análise do mapa, é possível afirmar que nos países da América a adoção do jus soli está ligada ao contexto colonial. Esses territórios foram marcados pela conquista europeia e pela escravização de povos originários e africanos. Diante dessa diversidade forçada, nos contextos de independência, os Estados adotaram o jus soli como forma de afirmar uma identidade nacional sobre um território, mesmo que na prática muitas exclusões tenham permanecido.  

Já na Europa, a predominância do jus sanguinis está ligada a uma concepção de nação anterior à conquista colonial, ainda que reforçada por ela. Ao definir a cidadania por laços sanguíneos, os Estados europeus perpetuam uma lógica de distinção que, além de sustentar a dominação colonial, também busca controlar a imigração de pessoas vindas das antigas colônias.

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