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Proposta 1
Muitos adolescentes têm sido atraídos por comunidades em redes sociais conhecidas como “machosfera” ou “manosfera”, nas quais circulam discursos de ódio e incita-se a violência contra mulheres. Você é um jovem jornalista que se propôs a participar de uma dessas comunidades com o objetivo de reunir informações sobre aquele ambiente virtual perverso e produzir uma série de reportagens a ser publicada em um jornal da mídia impressa. Concluída a pesquisa, você deu início à série escrevendo seu primeiro texto: um depoimento pessoal. Nele, você: a) narra um episódio violento que testemunhou nessa comunidade virtual e b) argumenta no sentido de combater discursos de ódio, que circulam no ciberespaço, dirigidos às mulheres. Para cumprir essas tarefas, você deve, obrigatoriamente, apropriar-se de elementos da coletânea a seguir, demonstrando leitura crítica dela na elaboração de seu texto.
1. A comoção causada pela série Adolescência, da Netflix, é sintoma de uma revelação inconveniente: a de que o perigo está dentro de casa. No enredo, o adolescente Jamie Miller (Owen Cooper), 13 anos, é autor de um homicídio. Ele esfaqueou Katie, 13 anos, sua colega de classe. E não se trata de um spoiler: a informação é apresentada logo no primeiro episódio. A questão que a série levanta não é quem nem como, mas por quê. E não há resposta simples nem única. Online e sem conhecimento dos seus pais, Jamie sofria bullying de Katie e acessava conteúdos redpill e incel, duas subculturas violentas da internet que compõem a chamada machosfera ou manosfera. Redpill é o termo usado para designar indivíduos e grupos que pregam uma superioridade masculina radicalizada e que compartilham conteúdos misóginos, de ódio e submissão de mulheres. Já incel, flexão em inglês das palavras involuntário e celibatário, indica pessoas que não conseguem encontrar um par romântico ou sexual. Majoritários entre os incels, os meninos culpam as mulheres por seu celibato involuntário e, em muitos casos, pregam a violência como uma vingança. Especialistas alertam que este tipo de conteúdo é cada vez mais comum na internet, atrai adolescentes vulneráveis em busca de pertencimento e tem potencial para radicalizá-los a ponto de discursos de ódio online se concretizarem em crimes cometidos no mundo real.
(Adaptado de Fernanda Mena. Radicalização de jovens é gradual e afeta vulneráveis, dizem especialistas. Folha de São Paulo. 25/03/2025.)
2. Em 2014, em Isla Vista, na Califórnia (EUA), Elliot Rodger, um jovem de 22 anos que se autodenominava incel, matou seis pessoas e feriu 14 em uma tentativa de “punir” as mulheres que o rejeitaram. Rodger gravou um vídeo antes do ataque e afirmou que cometeu os assassinatos porque as mulheres não queriam fazer sexo com ele. Depois, ele mesmo se matou. Em 2018, dez pessoas morreram atropeladas em Toronto, no Canadá, por um automóvel dirigido por Alek Minassian. Dias antes, Minassian havia publicado em sua conta no Facebook diversas mensagens sobre sua frustração: “A Rebelião Incel já começou!”, escreveu. Em 2021, foi a vez de Jake Davison, que divulgava muitas ideias associadas aos incels em suas redes sociais, matar cinco pessoas no norte da Inglaterra. Após o ataque de Davison, as autoridades do Reino Unido manifestaram a intenção de declarar os grupos incels como “organizações terroristas”.
(Adaptado de BBC News Mundo. Quem são os incels, o movimento sombrio retratado na aclamada série “Adolescência”. 21/03/2025.)
3. A expansão da machosfera exige uma resposta coordenada entre poder público e sociedade civil. A atuação precisa combinar mecanismos legais já existentes, projetos de educação e iniciativas voltadas à prevenção da violência de gênero e da radicalização masculina. No campo jurídico, quatro leis brasileiras já são aplicadas em casos de violência online:
• A Lei Maria da Penha, de 2006, passou a proteger não só vítimas de violência doméstica, como também de agressões digitais.
• A Lei Lola Aronovich, de 2018, permite à Polícia Federal investigar conteúdos misóginos que incentivem o ódio contra mulheres.
• A Lei do Sinal Vermelho, de 2021, passou a reconhecer a violência psicológica como crime, com punição para situações que envolvam ameaças, perseguições ou manipulação emocional, tanto online quanto presencialmente.
• A Lei 15.123/25, conhecida informalmente como “Lei dos Deepfakes”, de 2025, reconhece a violência psicológica contra mulher praticada com uso de inteligência artificial ou qualquer outro recurso tecnológico.
(Adaptado de Sara Coutinho. Machosfera: a violência de gênero no ambiente digital. Nexo Jornal. 19/06/2025.)
4. Segundo Christian Dunker, professor de Psicologia Clínica da USP, os sentimentos expostos pelo red pill revelam dificuldades enfrentadas pelos próprios homens, que se veem com culpa e vergonha. “Sofrem porque se sentem criminosos sociais, porque são obrigados a transformações que têm efeitos depressivos. E a violência, muitas vezes, é efeito colateral disso. É um sofrimento mal reconhecido, negado e invisível socialmente. Evolui, em tese, para formação de sintomas, para violência e disruptividade social.”
(Adaptado de Leon Ferrari. Red Pill: O que ‘coaches’ de masculinidade, como ‘Calvo do Campari’, têm a ver com machismo? Estadão. 12/03/2023.)
Proposta 2
Você trabalha no setor de Recursos Humanos (RH) de uma empresa e, certo dia, escutou de um/a jovem estagiário/a o seguinte desabafo: “Se tudo der errado, vou virar CLT”. Foi então que você notou que, atualmente, “ser CLT” adquiriu um sentido pejorativo e que a expressão tem sido usada como xingamento entre jovens. Preocupado/a com essa conotação jocosa atribuída aos/às celetistas, você decidiu escrever uma nota de esclarecimento formal e institucional a ser enviada a todos/as os/as estagiários/as da empresa. Em sua nota, você: a) explica o significado de “ser CLT” e sua importância histórica; e b) argumenta no sentido de esclarecer aos/às estagiários da empresa os impactos desse regime trabalhista para o país. Para cumprir essas tarefas, você deve, obrigatoriamente, apropriar-se de elementos da coletânea a seguir, demonstrando leitura crítica dela na elaboração de seu texto.
1. CLT é a sigla para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conjunto de normas reguladoras estabelecidas para assegurar os direitos trabalhistas no Brasil. Trata-se de uma lei de âmbito federal que tem como objetivo determinar os direitos e deveres dos empregados e seus empregadores. Ou seja, a CLT serve para regulamentar a relação de trabalho de ambas as partes, o que inclui a remuneração, jornada e condições de trabalho, saúde do trabalhador, férias, licenças, vale-transporte, aviso prévio, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), seguro desemprego etc. É importante ressaltar que a aplicação da CLT se refere aos empregos formais, em que o trabalhador tem a carteira assinada e jornada de trabalho registrada. Com abrangência nacional, a CLT garante a proteção dos direitos do trabalhador e evita a ocorrência de abusos, assegurando condições justas e dignas de trabalho. Além disso, estabelece quais são as obrigações dos empregadores, como pagar a contribuição para a Previdência Social.
(Adaptado de Diário Oficial – Portal de envio de matérias. 30/08/2024.)
2. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no Brasil, assim como em outros países, a indústria capitalista mecanizada associou, em seus primeiros tempos, “tanto a exploração extensiva como a intensiva da força de trabalho”. Os operários eram submetidos a jornadas de 10 a 12 horas, muitas vezes acrescidas de horas-extras. Era comum aumentar a velocidade das máquinas, impor multas ou utilizar violência contra os trabalhadores. Foi a partir de 1932, com o início da implantação da ampla reforma trabalhista da Era Vargas, que o tema passou a ser tratado com profundidade. Em 4 de maio, o presidente baixou o decreto 21.364, que instituiu a jornada de oito horas diárias e 48 horas semanais na indústria. A CLT limitou o período de trabalho adicional a duas horas-extras diárias. Além disso, criou as férias de 30 dias e, posteriormente, incorporou o descanso semanal remunerado (Lei 605/1949).
(Adaptado de Senado Federal. Jornada de trabalho de 8 horas na indústria completa 75 anos. Senado Notícias, 03/05/2007.)
3. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o trabalhador em momentos de vulnerabilidade como demissão sem justa causa, pagamento de tratamento para doenças graves, entre outras possibilidades. Além de ser uma poupança do trabalhador, os recursos do FGTS podem ser utilizados para a compra de moradia nos casos de aquisição de imóvel novo ou usado, construção, liquidação ou amortização de dívida vinculada a contrato de financiamento habitacional. No período de 2009 até setembro de 2022, foram investidos R$ 725 bilhões do FGTS em obras de habitação popular. Desde 2009, já foram contratadas 6,8 milhões de unidades habitacionais e foram gerados mais de 22 milhões de empregos diretos e indiretos com os investimentos oriundos de recursos do FGTS. A importância do uso dos recursos do Fundo para o desenvolvimento do país ultrapassa ainda os benefícios da moradia digna, pois o FGTS financia, também, obras de saneamento e infraestrutura, gerando melhorias na qualidade de vida, ao proporcionar água de qualidade, coleta e tratamento do esgoto sanitário.
(Adaptado de ABRAINC Explica: FGTS e sua importância para a habitação. ABRAINC, 02/02/2023.)
4. Um argumento utilizado é que a CLT prevê direitos demais, o que encarece a contratação de mão de obra e desencoraja os empresários. “Esse é mais um dos argumentos descaradamente falaciosos”, refuta o sindicalista Renato Bignami. “Empregos são criados quando o governo cuida adequadamente da economia do país e estimula atividade produtiva. A função das leis trabalhistas é proteger o ser humano da exploração no trabalho, garantindo a ele bem-estar e qualidade de vida para que a sociedade como um todo progrida”, conclui. Essa história de que as empresas não suportariam o custo dos direitos trabalhistas é velha. Nos anos 1960, quando se propôs o 13º salário, os empresários se opuseram duramente à medida alegando que era
dinheiro demais a ser pago e que acabariam indo à falência. Obviamente, a previsão catastrofista não se confirmou. Pelo contrário, os empresários passaram a lucrar mais, já que o salário extra na mão do trabalhador no fim do ano estimulou o consumo, o comércio e a indústria.
(Adaptado de Senado Federal. Westin, Ricardo. CLT chega aos 80 anos com direitos do trabalhador sob disputa. Agência Senado, 28/04/2023.)
5. Até dezembro de 2024, o pagamento do 13º salário tem o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 321,4 bilhões. Este montante representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Cerca de 92,2 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 3.096,78. As estimativas são do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
(Adaptado de DIEESE. Pagamento do 13º salário poderá colocar R$ 321,4 bilhões na economia do país. Nota à imprensa, 13/11/2024.)
Você deverá escolher apenas UMA das propostas para desenvolver. Não se esqueça de marcar a proposta escolhida na folha de resposta reservada para a Redação.
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