Fique por dentro das novidades
Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!
“A terra [Rio de Janeiro] continua ainda a parecer-me muito mal. É rodeada de serras inacessíveis, a maior parte delas são uma rocha viva, e de todas fazem uma vista sumamente desagradável. Acho estes povos sumamente pobres e, como não têm gêneros seus que lhes constituam ao menos um ramo certo de comércio, pouca esperança tenho de os pôr melhor nesta parte. Em uma palavra, meu colega, isto está um cadáver que vai para a sepultura [...]; parece-me ser este o mais próprio retrato em que presentemente se acha o Governo do Rio de Janeiro.”
(Marquês de Lavradio (Governador do Rio de Janeiro, 1769-1779). Carta de Amizade Escrita a Manuel da Cunha de Menezes em Pernambuco, em 13 de dezembro de 1769. In: Marquês de Lavradio. Cartas do Rio de Janeiro, 1769-1776. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Educação e Cultura, p. 10, 1978.)
Tendo em vista seus conhecimentos sobre o século XVIII e considerando as informações do excerto, assinale a alternativa correta.
A geografia montanhosa e rochosa impedia tanto o desenvolvimento do Rio de Janeiro quanto o uso do porto dessa cidade, no Brasil colonial, como centro de trocas comerciais.
A concepção que se tem sobre o que seja “paisagem” é um construto histórico que envolve projeções políticas e ideológicas a respeito do que se vê.
A concepção sobre o que seja uma paisagem bonita foi um argumento utilizado pela elite para convencer, contra a vontade de Lavradio, a corte portuguesa a migrar para o Brasil.
O eurocentrismo impediu Lavradio de reconhecer o sucesso e a beleza dos arcos de pedra construídos com técnicas indígenas locais no Rio de Janeiro.
Trata-se de uma questão interpretativa a partir da visão do Marquês de Lavradio a respeito das condições socioeconômicas do Rio de Janeiro no século XVIII. Elevada a nova capital da colônia em 1763, no contexto das reformas do Marquês de Pombal, em substituição a Salvador, o Rio de Janeiro tinha como principal função comercial ser o porto de saída do ouro retirado na região de Minas Gerais em direção à metrópole. Entretanto, como aponta o Marquês em sua Carta, a nova capital colonial carecia de elementos básicos, como gêneros alimentícios para subsistência e comércio. Assim, sua projeção sobre a cidade era de um lugar pobre e miserável. Esse ponto de vista denota um olhar que estava entremeado de uma visão da colônia como um lugar subalterno e sensivelmente inferior em relação à metrópole e, portanto, carregado de um sentimento etnocêntrico de superioridade, tanto política quanto ideológica.
oliedro Resolve - Unicamp 1ª Fase - Questão 49 Matemática
Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!