Dissertativas 9 - 2ª Fase - Dia 1 - Unesp 2025

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Questão 9

Dissertativa
9

Texto 1

          Quando nasce em Mileto, a filosofia está enraizada nesse pensamento político cujas preocupações fundamentais traduz e do qual tira uma parte de seu vocabulário. [...] Desde Parmênides, encontrou seu caminho próprio; explora um domínio novo, coloca problemas que só a ela pertencem. Os filósofos já se não interrogam, como o faziam os milésios, sobre o que é a ordem, como se formou, como se mantém, mas sim qual é a natureza do Ser e do Saber e quais são suas relações. [...] Para resolver as dificuldades teóricas, [...] que o próprio progresso de seus processos fazia surgir, a filosofia teve de forjar para si uma linguagem, elaborar seus conceitos, edificar uma lógica, construir sua própria racionalidade.

(Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego, 2002.)

Texto 2

       O argumento que defendo é que não podemos usar a mesma lógica, os mesmos princípios que sustentam a pergunta: “Quem inventou o dirigível mais pesado que o ar?” No caso: “Quem ou que povo ‘inventou’ a filosofia?” Fenômenos como música, filosofia ou arquitetura nascem em regiões particulares, mas, devido ao caráter pluriversal da realidade, as produções humanas ocorrem em diversas regiões do mundo enfrentando problemas e demandas comuns. [...] O meu ponto de vista é que as reflexões filosóficas são, em certa medida, “congênitas” à própria “condição humana”.

(Renato Noguera. O ensino de filosofia e a lei 10.639, 2014.)

a) Qual é a temática filosófica que relaciona os textos 1 e 2? Como essa temática é abordada em cada um desses textos?

b) Explique o seguinte ponto de vista de Renato Noguera: “as reflexões filosóficas são, em certa medida, ‘congênitas’ à própria ‘condição humana’”. Como esse ponto de vista do texto 2 se reflete no texto 1?

Resolução:

a. A temática comum que relaciona os textos 1 e 2 diz respeito à origem e ao desenvolvimento da filosofia. No texto 1, essa origem é historicamente situada na Grécia Antiga, com destaque para a autonomia que a filosofia adquire ao construir uma linguagem própria e abordar questões sobre o Ser e o Saber. Já no texto 2, o autor argumenta que a reflexão filosófica é uma manifestação universal, intrínseca à condição humana, e que se desenvolve em diversos contextos culturais para enfrentar problemas comuns. Assim, enquanto o primeiro texto enfatiza a singularidade do contexto grego, o segundo destaca a pluralidade e universalidade das produções filosóficas.

b. Renato Noguera afirma que as reflexões filosóficas são "congênitas" à condição humana, ou seja, inerentes à própria natureza da humanidade. Esse ponto de vista sugere que o ato de refletir sobre questões fundamentais – como existência, conhecimento e realidade – emerge espontaneamente em diferentes contextos culturais, como uma resposta às demandas universais da vida humana. Essa visão amplia a perspectiva apresentada no texto 1, que associa o nascimento da filosofia à Grécia Antiga e a um momento histórico específico, ao ampliar o entendimento para uma perspectiva mais universal.

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