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No geral, a década de 1990 foi marcada por grande instabilidade no continente africano. Fora da África, inclusive no Brasil, o sentimento propagado pela mídia internacional [...] foi o de um “afro-pessimismo” absurdo. Praticamente tudo o que se referia à África era abordado de forma negativa. [...] Ou seja, prevalecia a ideia de que os africanos eram incapazes de resolver seus próprios problemas.
Contudo, a partir da segunda metade da década de 1990, começou a se disseminar um pensamento altamente significativo e que vislumbrava justamente a superação de uma longa crise. Esse pensamento ficou conhecido como o “renascimento africano”. [...]
A ideia de um “renascimento africano” não é nova. Ela remonta aos fundadores do movimento pan-africanista ainda no século XIX e, depois, ressurge de forma intermitente ao longo do século XX. [...]
Alguns aspectos que chamam a atenção no “renascimento africano” são os seguintes: a) os problemas africanos só podem ser resolvidos pelos próprios africanos; b) é imperativo que se faça uma mudança cultural com valorização dos elementos culturais e civilizacionais africanos; c) é imperativo que seja realizada uma verdadeira transformação na perspectiva da política de gênero, com a necessária emancipação das mulheres; d) a mobilização da juventude africana é essencial para os destinos do continente; e) sem democracia dificilmente o continente avançará e, portanto, sua valorização é essencial; e f) a África deve buscar o desenvolvimento econômico de forma sustentável.
(Pio Penna Filho. “A África no século XXI”. CEBRI — Revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, nº 6, 2023.)
a) Com base no excerto, cite dois motivos para ter havido, no plano internacional, um período de “afro-pessimismo” na década de 1990.
b) Apresente dois pontos em comum entre os aspectos do “renascimento africano” citados no excerto e as propostas do movimento pan-africanista.
b. O “renascimento africano” e o movimento pan-africanista compartilham pontos em comum relacionados à valorização cultural e à emancipação política e social do continente africano. Em primeiro lugar, ambos enfatizam a importância da valorização dos elementos culturais e civilizacionais africanos, destacando a necessidade de resgatar a identidade e o orgulho africano diante dos legados do colonialismo no continente. O pan-africanismo, por sua vez, busca fortalecer a unidade africana e combater o racismo, o que é ecoado no “renascimento africano” por meio da valorização da cultura como base para o desenvolvimento. Em segundo lugar, ambos os conceitos destacam a importância de os próprios africanos resolverem os problemas do continente, promovendo a autonomia política e econômica. Assim, essa visão reflete o ideal de independência e cooperação entre as nações africanas, presentes no pan-africanismo, e a responsabilidade de conduzir o continente para um futuro mais promissor, abordada no renascimento africano. Assim, ambos os movimentos compartilham a visão de que a transformação da África deve ser conduzida por seus próprios habitantes, valorizando a soberania e a autodeterminação dos povos.
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