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Feijoada à minha moda
Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora — perdoe — tão tarde
(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.
Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho.
Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão
[...]
De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)
[...]
Enquanto ao lado, em fogo brando
Dismilinguindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso
Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.
[...]
Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta... — jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin,
O seu Vinicius de Moraes.
MORAES. V. In Cícero. A: QUEIROZ. E. (Org). Vinicius de Moraes nova antologia poética. São Paulo: Cia das Letras, 2005 (fragmento).
Apesar de haver marcas formais de carta e receita, a característica que define esse texto como poema é o(a)
nomeação de um interlocutor.
manifestação de intimidade.
descrição de procedimentos.
utilização de uma linguagem expressiva.
apresentação de ingredientes culinários.
O texto “Feijoada à minha moda”, além de trazer marcas formais dos gêneros carta e receita, apresenta linguagem expressiva que é típica do texto poético, bem como a disposição do texto em versos e a sonoridade textual que é perceptível através das rimas.
Poliedro Resolve - Enem 2024 Dia 1 - Questão 60 História
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