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No primeiro dia, foi colocada uma panela de barro no centro do barracão, a qual representava o espírito do morto presente na sala. Aqueles que dançavam depositavam moedas ao passarem junto dela e, ao seu redor, milho branco, mel, água, acaçás, cachaça. No segundo dia, os ogãs, antes de iniciar a cerimônia, caminharam pelo corredor formado pelas casas, batendo com longas varas de bambus nos seus beirais, até alcançarem o portão de entrada. No terceiro dia, quatro pessoas, as mais influentes do culto, carregaram um lençol, que aparentemente continha um corpo em seu interior. No entanto, esse corpo era formado por folhas verdes de plantas, que foram derramadas sobre uma pessoa.
MANZOCHI, H. M. Axexe, um rito de passagem. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, n. 5, 1995 (adaptado).
O ritual brasileiro apresentado no texto representa, para seus adeptos, a
manutenção de uma memória coletiva.
contestação de uma identidade étnica.
imolação de uma divindade africana.
legitimação de uma prática pagã.
promissão de uma revolta social.
O ritual mencionado no texto é o Axexê, um rito fúnebre destinado a afastar a alma do falecido de sua comunidade, para que descanse em paz. Esse rito, que integra as práticas do Candomblé, contribui para a manutenção de uma memória, cultura e práticas originadas na África e que permaneceram, mesmo que de maneira alterada, nas comunidades afro-brasileiras. Desta maneira, o rito do Axexê faz parte da manutenção de uma memória coletiva e de um patrimônio imaterial.
Poliedro Resolve - Enem 2024 Dia 1 - Questão 60 História
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