Fique por dentro das novidades
Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!
– Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado, está idiota. Há lá ninguém que fale dessa forma!
Azevedo Gondim apagou o sorriso, engoliu em seco, apanhou os cacos da sua pequenina vaidade e replicou amuado que um artista não pode escrever como fala.
– Não pode? – perguntei com assombro. E por quê?
Azevedo Gondim respondeu que não pode porque não pode.
– Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2009.
Nesse fragmento, a discussão dos personagens traz à cena um debate acerca da escrita que
diferencia a produção artística do registro padrão da língua.
aproxima a literatura de dialetos sociais de pouco prestígio.
defende a relação entre a fala e o estilo literário de um autor.
contrapõe o preciosismo linguístico a situações de coloquialidade.
associa o uso da norma culta à ocorrência de desentendimentos pessoais.
O debate em questão aborda a escrita que contrasta situações de coloquialidade com o uso de termos extremamente raros, como "acanalhou" e "pernóstico". Embora esses termos sejam reconhecidos pela norma-padrão, eles não fazem parte do vocabulário cotidiano.
Poliedro Resolve - Enem 2024 Dia 1 - Questão 60 História
Inscreva-se em nossa newsletter para receber atualizações sobre novas resoluções, dicas de estudo e informações que vão fazer a diferença na sua preparação!