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Leia a tira para responder às questões.
(Quadrinhos de João Bacellar. Fonte: Perfil @oreidascharges, no Instagram. Disponível em https://www.instagram.com/p/C5TmRnsrpxS/?img_index=. Acesso em 01/05/2024.)
a) Nessa tira, há um mecanismo linguístico de referenciação que se repete em cada cena, na fala das personagens. Especifique qual é esse mecanismo e exemplifique-o. Qual é a sua função na construção do sentido da tira?
b) A quarta cena contrasta com as outras três. Explique esse contraste e identifique três elementos textuais que a particularizam.
a) O mecanismo linguístico de referenciação utilizado em cada cena é o vocativo, notado na fala de todas as personagens da tirinha e empregado como uma forma de fazer referência ao enunciatário, chamando a sua atenção para o discurso. Os termos utilizados como vocativo são “cambada” (primeiro quadro), “Bolívia” (segundo quadro), “arrombado” (terceiro quadro), “Vitinho” (quarto quadro) e “Dona Paola” (quarto quadro). Os vocativos empregados na tira refletem não apenas um termo de chamamento, mas também o modo como o emissor trata o interlocutor. Nos dois primeiros quadros, o emissor, personagem que representa uma figura autoritária, utiliza os termos “cambada” e “Bolívia” de modo pejorativo para se referir aos seus subordinados. No terceiro quadro, o emissor, um entregador de aplicativo vítima de “barbeiragem” de um motorista, dirige-se a este de modo revoltado e agressivo por meio do vocativo “arrombado”. No último quadro, os vocativos “Vitinho” e “Dona Paola” são empregados de modo afetuoso e respeitoso, respectivamente, dentro de um ambiente de trabalho em que a descontração e a cordialidade são relações que podem ser notadas entre os colaboradores da start up.
b) As quatro cenas dos quadros de João Bacellar relatam relações trabalhistas vividas por diferentes trabalhadores em diferentes ambientes laborais e relatam um contraste entre aquilo que se divulga nas três primeiras cenas e o que é relatado na quarta. Enquanto nos três primeiros quadros se pode notar traços linguísticos (“cambada”, “Bolívia” e “arrombado”) que denotam o desrespeito, o descaso e a inferiorização do trabalhador e de suas relações trabalhistas, transmitindo noções de preconceito, de xenofobia e de agressividade, no último quadro o que se pode verificar é uma relação baseada em três pontos registrados por três elementos textuais: na afetividade marcada pelo emprego do elemento textual diminutivo -inho em “Vitinho”, na cordialidade notada pelo uso do elemento textual “dona” em “dona Paola” e na valorização presente no elemento textual “colaborador” utilizado para marcar a particularização de uma positiva relação trabalhista, presente exclusivamente na quarta cena, em que se reconhece o trabalhador não apenas como uma mão de obra (um serviçal), mas como aquele que colabora, que ajuda, que participa ativamente e que contribui para a construção de algo maior (o sucesso da empresa). Cabe observar que no quarto quadro ocorre o consumo do produto do trabalho que aparece nos três primeiros quadros.
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