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O poema ao lado, de Manuel Bandeira, faz parte do livro Libertinagem (1930).
Poema de finados
Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho.
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
Acerca desse poema, responda:
A) Por que o tema da morte ganha um tratamento diferente e mais sóbrio neste poema modernista, do que o que recebe no poema romântico da Álvares de Azevedo, da questão 37?
B) Citando alguma passagem do poema de Bandeira, explique por que se pode dizer que a emoção também está presente no poema do escritor modernista, mas distante da forma exagerada com que ela aparece no texto do poeta romântico.
A) Embora ambos estejam assentados sob o tema da morte, há diferenças fundamentais entre ambos no tratamento do referido tema:
B) O tom do eu-lírico do “Poema de Finados”, como já o dissemos, é de dor contida, sem exclamações, um pedido a quem desvenda o poema:
“Vai ao cemitério” / “E procura entre as sepulturas”
“Leva três rosas” / “Ajoelha e reza”
Por fim, evidenciam-se, ainda, os contrastes entre um e outro poeta:
“Quanta glória pressinto em meu futuro!” (A. Azevedo)
“Pois nada quero, nada espero”. (Bandeira)
Portanto, há em Bandeira o tom de humanidade reconhecido e aceito, distante de qualquer exagero romântico.
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