Questão 45 - Português e Inglês - ITA 2002

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    Sem alternativas

Questão 45

Objetiva
45

As questões 45 e 46 referem-se aos dois textos seguintes:

A terra

     Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa. [...]

     Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho. [...]

     Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.


(CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943, p.204.)

Carta de Pero Vaz

A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.

(MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991, p.13.)

No texto de Murilo Mendes, os versos “Banana que nem chuchu”, “Tem macaco até demais” e “Esmeralda é para os trouxas” exprimem a representação literária da visão do colonizador de maneira:

Alternativas

  1. A

    séria. 

  2. B

    irônica. 

  3. C

    ingênua.

  4. D

    leal. 

  5. E

    revoltada.

Gabarito:
    B

A recriação literária da Carta de Pero Vaz de Caminha, por meio do recurso da intertextualidade, é feita a partir da ironia – “Banana que nem chuchu” (em grande quantidade), “Tem macaco até demais” (abundantemente) e “Esmeralda é para os trouxas” (para os trouxas, diante dos bens disponíveis mais valiosos que ela) –, estendida por todo o poema como crítica mordaz ao tipo de colonização exploratória que tivemos.

45

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