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Leia o soneto “Luva abandonada”, de Alberto de Oliveira, para responder às questões de 12 a 15.
Uma só vez calçar-vos me foi dado,
Dedos claros! A escura sorte minha,
O meu destino, como um vento irado,
Levou-vos longe e me deixou sozinha!
Sobre este cofre, desta cama ao lado,
Murcho, como uma flor, triste e mesquinha,
Bebendo ávida o cheiro delicado
Que aquela mão de dedos claros tinha.
Cálix¹ que a alma de um lírio teve um dia
Em si guardada, antes que ao chão pendesse,
Breve me hei de esfazer² em poeira, em nada...
Oh! em que chaga viva tocaria
Quem nesta vida compreender pudesse
A saudade da luva abandonada!
(www.nilc.icmc.usp.br)
1 cálix: invólucro externo de uma flor; cálice.
2 esfazer: desfazer.
Uma característica presente nesse soneto que o afasta da estética parnasiana é
a recusa da sentimentalidade, em favor da objetividade.
a representação bucólica da natureza.
a despreocupação formal, em favor da experimentação.
a referência a entidades mitológicas.
a tonalidade confessional e sentimental.
Algumas das características do Parnasianismo são a impessoalidade, a objetividade e a rejeição ao lirismo, em favor da objetividade e do rigor formal. No entanto, nesse poema, é possível destacar elementos que indicam a subjetividade poética, apontando para o sentimentalismo e o tom de confissão saudosista dos momentos já vividos: "Uma só vez calçar-vos me foi dado,/Dedos claros!", "A escura sorte minha", "Murcho, como uma flor, triste e mesquinha", "Breve me hei de esfazer em poeira, em nada..." e "Quem nesta vida compreender pudesse/A saudade da luva abandonada!". Nesse aspecto, esse poema se distancia da poesia parnasiana.
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