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“Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, pra mim
Ô, abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o Rei Congo no congado
Brasil, pra mim (...)
Ô! Esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, pra mim
Ô! Ouve essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ô! Este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil, brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, pra mim”
A canção Aquarela do Brasil foi composta por Ari Barroso e lançada no ano de 1939. Sua letra permite identificar temas que guardam afinidades com a política cultural do Estado Novo, podendo ser destacada a
discriminação em relação a afrodescendentes.
exaltação das virtudes naturais e nacionais.
concepção civilizatória assentada na religião católica.
valorização da cultura cabocla e do regionalismo.
escolha do malandro como símbolo nacional.
A letra abordada na questão, Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, corrobora elementos defendidos pela política cultural do Estado Novo (1937-1945). Destaca-se a exaltação às virtudes naturais e nacionais em consonância com a ideologia defendida pela propaganda do regime autoritário liderado pelo então presidente Getúlio Vargas.
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