Questão 13 - IME - 2ª Fase Dia 4 - IME 2025

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Questão 13

Objetiva
13

Texto 2

COMO A CIÊNCIA DEFINE O QUE É TEMPO?

1              Há muitas armadilhas a serem enfrentadas para definir o que é o tempo. Absoluto na física clássica,
         relativo na física moderna, o conceito continua a intrigar as mentes mais brilhantes.

              À luz da Ciência, será que somos mesmo prisioneiros do tempo que avança só em um sentido, isto
         é, do presente para o futuro? Contudo, temos uma pergunta a responder antes disso: afinal, o que é
5       tempo?

              O tempo é uma das mais fundamentais e intrigantes dimensões da Natureza. Desde a antiguidade,
         filósofos, cientistas e poetas têm tentado compreender e definir o tempo. Vamos explorar as várias
         perspectivas que têm moldado nossa compreensão dessa dimensão misteriosa.

              Na filosofia, o tempo tem sido um tema central de discussão desde os tempos de Platão e Aristóteles.
10    Para Platão, o tempo era uma imagem móvel da eternidade, um conceito abstrato que existia independentemente
        do mundo físico. Aristóteles, por outro lado, via o tempo como uma medida do movimento,
        algo que só existe em relação à mudança e aos eventos.

              Santo Agostinho, um dos grandes pensadores da Idade Média, refletiu profundamente sobre o
         tempo, reconhecendo sua natureza paradoxal: “O que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu
15     sei; mas se eu desejar explicar a quem me pergunta, não sei.” Para Agostinho, o tempo estava
         intrinsecamente ligado à experiência humana, à memória e à antecipação.

              Na física clássica, o tempo era visto como uma constante universal, algo absoluto e imutável. Isaac
         Newton imaginava o tempo como um fluxo contínuo e uniforme, uma linha reta que todos os eventos
         do universo seguiam.

20         Essa visão foi revolucionada no início do século XX por Albert Einstein e sua Teoria da Relatividade.
         Segundo Einstein, o tempo não é absoluto, mas relativo. Ele é flexível e pode ser afetado pela
         gravidade e pela velocidade.

              A Teoria da Relatividade de Einstein unificou o espaço e o tempo em um único continuum de quatro
         dimensões conhecido como espaço-tempo. Nessa visão, o tempo é tratado como uma dimensão
25     semelhante às três dimensões espaciais, mas com características únicas.

              No espaço-tempo, eventos são descritos por suas coordenadas espaciais e temporais, e a separação
         entre eventos pode ser medida tanto em termos de distância espacial quanto de intervalo temporal.

              O tempo também tem uma dimensão psicológica. Nossa percepção dele pode variar dependendo
         de nossas experiências e estados mentais. Momentos de alegria podem parecer passar rapidamente,
30     enquanto períodos de espera ou sofrimento podem se arrastar interminavelmente.

              A neurociência tem investigado como nosso cérebro processa o tempo, revelando que diferentes
         áreas cerebrais estão envolvidas na percepção de intervalos, memória temporal e antecipação de
         eventos futuros. E quase sempre confundimos o tempo com a sensação de sua passagem em nossa
         vida.

35         Em cosmologia, o tempo é crucial para entender a origem e a evolução do universo. O modelo do
         Big Bang sugere que a temporalidade e o espaço começaram há cerca de 13,8 bilhões de anos. Antes
         disso, as leis da física, como as conhecemos, podem não ter sido aplicáveis. A questão do que existia
         “antes” é ainda um mistério e um campo de intensa pesquisa teórica.

              Na mecânica quântica, o tempo também apresenta desafios únicos. Diferentemente da
40    relatividade, em que ele é uma dimensão do espaço-tempo, na mecânica quântica o mesmo é tratado
         como um parâmetro que dita a evolução dos estados quânticos. A integração dessas duas visões – a
         relativística e a quântica – em uma teoria quântica da gravidade é uma das grandes metas da física
         moderna.

              Parece impossível tentar definir a temporalidade de uma maneira aplicável a todos os campos da
45     atividade humana sem cair numa circularidade, isto é usar o próprio tempo para definir o tempo.

              A Teoria da Relatividade Geral de Einstein desvenda o mistério de por que o tempo observado
         de um evento pode variar dramaticamente para diferentes observadores. Em um universo regido pela
         Relatividade Geral, a pergunta “Que horas são agora?” só faz sentido em relação a um observador
         específico, sublinhando a natureza subjetiva e relativa do tempo.

50     Somos e vivemos por um tempo determinado, imersos na passagem frenética e relativa das horas,
         e não há palavras definitivas capazes de capturá-lo. Mas ainda temos a poesia...

LAPOLA, Marcelo. Como a ciência define o que é tempo?, 2024. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/colunistas/quanticas/coluna/2024/06/como-a-ciencia-define-o-que-e-tempo-fisico-explica-entenda.ghtml. Acesso em: 27 de ago. de 2024. (texto adaptado)

Em relacão ao texto 2, considere as seguintes afirmações:

  1. Em “Vamos explorar as várias perspectivas que têm moldado nossa compreensão dessa dimensão misteriosa” (linhas 7 e 8), o termo em destaque é um pronome relativo que exerce função de sujeito.
  2. Em “Se ninguém me perguntar, eu sei [...].” (linhas 14 e 15), o pronome oblíquo em destaque exerce a função de objeto indireto.
  3. Em “Nessa visão, o tempo é tratado como uma dimensão semelhante às três dimensões espaciais [...]” (linhas 24 e 25), o termo em destaque é um adjunto adverbial que indica assunto. 

Está(ão) CORRETA(S) apenas a(s) assertiva(s):

Alternativas

  1. A

    I.

  2. B

    II.

  3. C

    III.

  4. D

    I e II.

  5. E

    II e III.

Gabarito:
    D

Afirmação I: correta. O termo “que” retoma “perspectivas” e assume função sintática de sujeito de "têm moldado".

Afirmação II: correta. Em “Se ninguém me perguntar”, “me” é objeto indireto. Como o objeto indireto está sendo representado por um pronome pessoal oblíquo átono, não há preposição.

Afirmação III: incorreta. O termo em destaque tem função sintática de complemento nominal, uma vez que completa o sentido de um adjetivo (forma nominal), a saber, “semelhante”.

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