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Texto 3
O Voador.
“Padre Bartolomeu Lourenço de
Gusmão, inventor do aeróstato1,
morreu miseravelmente num
convento, em Toledo, sem
ter quem lhe velasse a agonia.”
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Em Toledo. Lá fora, a vida tumultua E canta. A multidão em festa se atropela... E o pobre, que o suor da agonia enregela, Cuida o seu nome ouvir na aclamação da rua.
Agoniza o Voador. Piedosamente, a lua Vem velar-lhe a agonia, através da janela... A Febre, o Sonho, a Glória enchem a escura cela, E entre as névoas da morte uma visão flutua:
“Voar! Varrer o céu com as asas poderosas, Sobre as nuvens! Correr o mar das nebulosas, Os continentes de ouro e fogo da amplidão!...”
E o pranto do luar cai sobre o catre imundo... E em farrapos, sozinho, arqueja moribundo Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão... |
BILAC, Olavo. Poesias, Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
1AERÓSTATO – s.m. Veículo mais leve que o ar, e ao qual o empuxo arquimediano fornece a força de sustentação. [Há dois tipos de aeróstatos: balões e dirigíveis]. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986)
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